A América do Norte vai se tornar exportador líquido de combustíveis até 2025, graças a um aumento na produção de petróleo e gás e a rápidas melhorias na eficiência do consumo de combustível, prevê a Exxon Mobil em seu último relatório de perspectivas para o setor.
Esse relatório anual de tendências no mercado de petróleo, lançado ontem e acompanhado de perto pelo setor, concluiu que o crescimento da produção de petróleo e gás nos EUA e no Canadá deverá continuar e pode levar a um aumento nas exportações, disse Bill Colton, diretor de planejamento corporativo estratégico da Exxon, que chefiou o estudo.
A previsão da Exxon reforça estimativas feitas pela Agência de Informação sobre Energia do governo americano
(EIA, na sigla em inglês), que recentemente previu que em poucas décadas a América do Norte vai produzir mais petróleo e gás do que consome, uma mudança com ramificações não só geopolíticas, como econômicas.
A Exxon prevê que o declínio previsto do uso de carvão por usinas térmicas vai se acelerar, à medida que mais usinas eficientes a gás natural são construídas. A empresa, com sede em Irving, Texas, previu que o uso do carvão cairá 33% de 2010 até 2025, uma queda substancialmente maior do que sua estimativa anterior, de 23%.
“O panorama econômico do gás natural no setor de geração de energia continua evoluindo de uma forma ainda melhor do que o previsto”, afirmou Colton.
Os EUA estão no meio de um renascimento da produção de petróleo e gás graças a uma combinação de tecnologias, entre elas o fraturamento hidráulico e a perfuração horizontal, que possibilitam a exploração de depósitos profundos em formações de xisto no país.
A produção diária de petróleo dos EUA atingiu, em setembro, um pico de 15 anos, segundo a EIA, e a expectativa é que continue a subir. A produção de gás natural vai superar até 2020 a demanda do país, disse a EIA na semana passada.
A crescente produção da região de areias betuminosas do Canadá, em grande parte exportada para os EUA, e o crescimento contínuo da produção de petróleo em águas profundas no Golfo do México ajudam a reforçar as previsões.
A exportação líquida de energia previstas pela Exxon para a América do Norte não significa, porém, que os EUA passariam a ser autossuficientes na produção de petróleo, já que o país ainda depende fortemente da produção de petróleo canadense, disse Colton.
A demanda global por combustíveis vai subir 35% de 2010 a 2040, com a maior parte do aumento vindo de países emergentes, como Índia e China, prevê a Exxon.
Regiões desenvolvidas, como os EUA, o Canadá e a Europa, terão a demanda de combustíveis inalterada ou verão um declínio à medida que se tornam mais eficientes, informa a empresa. Em 2040, as nações desenvolvidas devem registrar uma produção 80% mais econômica que em 2010, mas usarão a mesma quantidade de combustíveis, disse Colton.
*Fonte: Valor Econômico – 12/12/2012