Os lagos das usinas hidroelétricas e seus mais de 41 mil quilômetros quadrados de terras alagadas podem revolucionar a produção de pescados em tanques-rede, serem espaço para competições de pesca esportiva e fomentarem o turismo e o lazer. Para tanto, a Associação Nacional dos Municípios Sedes de Usinas Hidroelétricas e Alagados (AMUSUH) tem expandido suas parcerias para desburocratizar as legislações que envolvem o uso dessas águas públicas. Na quarta-feira (22) em Brasília, a AMUSUH abriu diálogo com a Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia (ABIAPE) com o objetivo de buscar apoio da classe empresarial para iniciativas que melhorem a utilização das represas.
Por falta de uma legislação clara e nacional, a produção de pescados em tanques-rede, por exemplo, acaba sofrendo com um excesso de burocracias que acabam inviabilizando essa prática econômica que o Brasil precisa desenvolver para deixar de ser um importador de peixes.
Para o presidente da ABIAPE, do Fórum das Associações do Setor Elétrico e coordenador do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (FMASE), Mário Menel, o desenvolvimento econômico dos lagos deve estar associado ao respeito ao meio ambiente. “A geração das usinas depende das matas que circundam os lagos das usinas. Elas garante o equilíbrio hídrico. Vamos mobilizar todo o setor produtivo para melhorar o universo das usinas e o aproveitamento dos seus lagos. A qualidade de vida das populações que vivem nesses municípios é muito melhor do que a média nacional e isso pode se expandir ainda mais com as novas alternativas para além da geração elétrica”, declarou Menel.
O presidente da AMUSUH e prefeito de Abdon Batista (SC), Lucimar Salmória, destacou a importância dos lagos e da cooperação com o setor produtivo para melhorar ainda mais os municípios responsáveis por mais de 60% da energia elétrica do Brasil. “Os lagos têm grandes potenciais para além da energia. Estamos mobilizando o governo Federal, os estaduais, municipais e por meio desses diálogos com a iniciativa privada para desenvolver novas fontes de renda. A legislação relativa ao uso dos lagos precisa ser flexibilizada. A união dos municípios e das empresas geradoras pode ser expandida para outras frentes econômicas. Temos que colocar essas verdadeiras ‘fazendas de águas’ para gerar mais riqueza do que apenas energia”, afirmou Salmória.
Após o estabelecimento dessa parceria com a ABIAPE que articulará com demais associações que representam o setor hidrelétrico, novamente a AMUSUH confirma seu incansável trabalho na representação dos 729 municípios sedes de usinas e alagados no sentido do desenvolvimento econômico e social.