Em audiência no Senado na quinta-feira (24) em Brasília, a comissão de Agricultura debateu os entraves e desafios para aumentar o aproveitamento das águas públicas no país. As novas diretrizes relacionadas ao desenvolvimento da aquicultura e da pesca e do turismo estabelecidas pela secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) têm enorme potencial para garantir o crescimento econômico, pesqueiro e turístico do Brasil. A Associação Nacional dos Municípios Sedes de Usinas Hidroelétricas e Alagados (AMUSUH) acompanhou a audiência e atua em várias frentes visando novas alternativas para o desenvolvimento econômico e social dos municípios.
Para o secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Jorge Seif Júnior, o setor deve crescer muito nos próximos anos. “A pesca, a aquicultura e o turismo têm grandes potenciais em nosso país. Nos EUA, a pesca só perde para a indústria cosmética em faturamento. O ecoturismo, barcos, hotéis, passeios trilhas, pesque-e-solte têm muito apelo. No Brasil, o esporte mais conhecido é o futebol, mas o mais praticado é a pesca nas suas diversas modalidades. Para isso estamos aprimorando os trabalhos da Secretaria. O brasileiro gosta de pescados, mas a oferta ainda é pouca. Vamos seguir o exemplo chinês com a aquicultura em lagos das usinas hidrelétricas, em tanques escavados e em águas públicas da União”, declarou Seif.
Representando a AMUSUH, a secretária-executiva Terezinha Sperandio exaltou a importância desse tipo de debate para que as legislações e iniciativas se adaptem aos anseios da população. “A AMUSUH teve um papel fundamental com a elaboração de um estudo minucioso do universo hidroelétrico que foi entregue aos órgãos do Governo Federal visando a desburocratização e o fomento da aquicultura e do turismo nos 41 mil quilômetros quadrados de áreas alagadas pelas usinas hidroelétricas. Essas águas podem se transformar em grandes fazendas produtoras de pescados e pontos turísticos que trarão benefícios para mais de 42 milhões de brasileiros que vivem nesses municípios”, afirmou Terezinha.
Além da produção de pescados, outra estratégia para a geração de renda nos municípios é a pesca esportiva e o turismo e lazer. De acordo com o coordenador-geral de Ordenamento e Desenvolvimento da Pesca Continental do Mapa, Alex Augusto Gonçalves, o ministério está empenhado em desenvolver o setor. “A geração de renda é um dos grandes resultados da aquicultura e pesca. Nesses últimos anos, o crescimento da pesca é muito grande. Muitos estados têm grandes potenciais que precisam ser melhor explorados. Nesse sentido, a Secretária de Aquicultura e Pesca está indo ao encontro das necessidades do setor. Temos a missão de, junto com a sociedade, estabelecermos normativas mais claras para o setor”, afirmou Gonçalves.
Já o coordenador-geral de Inteligência Competitiva e Mercadológica do Turismo da Embratur, Dougllas da Silva Cruz Rezende, o setor relacionado às águas tem enorme potencial inexplorado. “As ações para o turismo estão cada vez mais apoiadas por todo o Governo. Essa é uma nova diretriz do nosso trabalho. Agora estamos mais atentos aos produtos do interior do país. O potencial de ecoturismo é muito grande em vários estados. O turismo de pesca esportiva ainda está muito aquém do que pode trazer de benefícios. Um turista internacional que vem para pescar gasta cerca de 700 dólares por dia. Isso é quase 10 vezes o que o turista comum gasta. Só no último ano esse setor cresceu 15%. O turismo de pesca envolve várias cadeias econômicas. O setor já é muito importante para a economia nacional. Para cada turista, existem cerca de dois funcionários trabalhando”, explicou Rezende.
A AMUSUH reforça a importância das prefeituras elaborarem planos de ação com foco ao fomento de novas formas de geração de renda que passam pela aquicultura, pesca esportiva, esportes náuticos e lazer que aproveitem as águas para além da geração elétrica. Os projetos e propostas podem sempre contar com o apoio institucional, político e técnico da AMUSUH que continua atenta a todas perspectivas que possam se transformar em avanços concretos para os 734 municípios sedes de usinas hidroelétricas e alagados. Participe da construção dessa história de revolução dos usos das águas públicas.